Erlanio Pinheiro

Erlanio Pinheiro
Erlanio Pinheiro

sábado, 2 de novembro de 2024

Domingo 03 de Novembro de 2024 na Solenidade de Todos os Santos

Domingo 03 de outubro de 2024
Dehonianos

Solenidade de todos os Santos – Ano C

ANO C
SOLENIDADE DE TODOS OS SANTOSBreves introduções às leituras:

Primeira leitura: Como descrever a felicidade dos mártires e dos santos na sua condição celeste, invisível? Para isso, o profeta recorre a uma visão.
Salmo responsorial: O salmo de hoje proclama as condições de entrada no Templo de Deus. Ele anuncia também a bem-aventurança dos corações puros. Nós somos este povo imenso que marcha ao encontro do Deus santo.
Segunda leitura: Desde o nosso baptismo, somos chamados filhos de Deus e o nosso futuro tem a marcada da eternidade.
Evangelho: Que futuro reserva Deus aos seus amigos, no seu Reino celeste? Ele próprio é fonte de alegria e de felicidade para eles.

LEITURA I – Ap 7,2-4.9-14

Leitura do Apocalipse de São João

Eu, João, vi um Anjo que subia do Nascente,
trazendo o selo do Deus vivo.
Ele clamou em alta voz
aos quatro Anjos a quem foi dado o poder
de causar dano à terra e ao mar:
«Não causeis dano à terra, nem ao mar, nem às árvores,
até que tenhamos marcado na fronte
os servos do nosso Deus».
E ouvi o número dos que foram marcados:
cento e quarenta e quatro mil,
de todas as tribos dos filhos de Israel.
Depois disto, vi uma multidão imensa,
que ninguém podia contar,
de todas as nações, tribos, povos e línguas.
Estavam de pé, diante do trono e na presença do Cordeiro,
vestidos com túnicas brancas e de palmas na mão.
E clamavam em alta voz:
«A salvação ao nosso Deus, que está sentado no trono,
e ao Cordeiro».
Todos os Anjos formavam círculo
em volta do trono, dos Anciãos e dos quatro Seres Vivos.
Prostraram-se diante do trono, de rosto por terra,
e adoraram a Deus, dizendo:
«Amen! A bênção e a glória, a sabedoria e a acção de graças,
a honra, o poder e a força
ao nosso Deus, pelos séculos dos séculos. Amen!».
Um dos Anciãos tomou a palavra e disse-me:
«Esses que estão vestidos de túnicas brancas,
quem são e de onde vieram?».
Eu respondi-lhe:
«Meu Senhor, vós é que o sabeis».
Ele disse-me:
«São os que vieram da grande tribulação,
os que lavaram as túnicas
e as branquearam no sangue do Cordeiro».

Breve comentário

As primeiras perseguições tinham feito cruéis destruições nas comunidades cristãs, ainda tão jovens. Iriam estas comunidades desaparecer, acabadas de fundar? As visões do profeta cristão trazem uma mensagem de esperança nesta provação. É uma linguagem codificada, que evoca Roma, perseguidora dos cristãos, sem a nomear directamente, aplicando-lhe o qualificativo de Babilónia. A revelação proclamada é a da vitória do Cordeiro. Que paradoxo! O próprio Cordeiro foi imolado. Mas é o Cordeiro da Páscoa definitiva, o Ressuscitado. Ele transformou o caminho de morte em caminho de vida para todos aqueles que O seguem, em particular pelo martírio, e eles são numerosos; participam doravante ao seu triunfo, numa festa eterna.

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 23 (24)

Refrão: Esta é a geração dos que procuram o Senhor.

Do Senhor é a terra e o que nela existe,
o mundo e quantos nele habitam.
Ele a fundou sobre os mares
e a consolidou sobre as águas.

Quem poderá subir à montanha do Senhor?
Quem habitará no seu santuário?
O que tem as mãos inocentes e o coração puro,
o que não invocou o seu nome em vão.

Este será abençoado pelo Senhor
e recompensado por Deus, seu Salvador.
Esta é a geração dos que O procuram,
que procuram a face de Deus.

LEITURA II – 1Jo 3,1-3

Leitura da Primeira Epístola de São João

Caríssimos:
Vede que admirável amor o Pai nos consagrou
em nos chamar filhos de Deus.
E somo-lo de facto.
Se o mundo não nos conhece,
é porque O não conheceu a Ele.
Caríssimos, agora somos filhos de Deus
e ainda não se manifestou o que havemos de ser.
Mas sabemos que, na altura em que se manifestar,
seremos semelhantes a Deus,
porque O veremos tal como Ele é.
Todo aquele que tem n’Ele esta esperança
purifica-se a si mesmo,
para ser puro, como ele é puro.

Breve comentário

Segunda mensagem de esperança. Ela responde às nossas interrogações sobre o destino dos defuntos. Que vieram a ser? Como sabê-lo, pois desapareceram dos nossos olhos? E nós próprios, que viremos a ser?
A resposta é uma dedução absolutamente lógica: se Deus, no seu imenso amor, faz de nós seus filhos, não nos pode abandonar. Ora, em Jesus, vemos já a que futuro nos conduz a pertença à família divina: seremos semelhantes a Ele.

ALELUIA – Mt 11,28

Aleluia. Aleluia.

Vinde a Mim, vós todos os que andais cansados e oprimidos
e Eu vos aliviarei, diz o Senhor.

EVANGELHO – Mt 5,1-12

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus

Naquele tempo,
ao ver as multidões, Jesus subiu ao monte e sentou-Se.
Rodearam-n’O os discípulos
e Ele começou a ensiná-los, dizendo:
«Bem-aventurados os pobres em espírito,
porque deles é o reino dos Céus.
Bem-aventurados os humildes,
porque possuirão a terra.
Bem-aventurados os que choram,
porque serão consolados.
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça,
porque serão saciados.
Bem-aventurados os misericordiosos,
porque alcançarão misericórdia.
Bem-aventurados os puros de coração,
porque verão a Deus.
Bem-aventurados os que promovem a paz,
porque serão chamados filhos de Deus.
Bem-aventurados os que sofrem perseguição por amor da justiça,
porque deles é o reino dos Céus.
Bem-aventurados sereis, quando, por minha causa,
vos insultarem, vos perseguirem
e, mentindo, disserem todo o mal contra vós.
Alegrai-vos e exultai,
porque é grande nos Céus a vossa recompensa».

AMBIENTE

Depois de dizer quem é Jesus (cf. Mt 1,1-2,23) e de definir a sua missão (cf. Mt 3,1-4,16), Mateus vai apresentar a concretização dessa missão: com palavras e com gestos, Jesus propõe aos discípulos e às multidões o “Reino”. Neste enquadramento, Mateus propõe-nos hoje um discurso de Jesus sobre o “Reino” e a sua lógica.
Uma característica importante do Evangelho segundo Mateus reside na importância dada pelo evangelista aos “ditos” de Jesus. Ao longo do Evangelho segundo Mateus aparecem cinco longos discursos (cf. Mt 5-7; 10; 13; 18; 24-25), nos quais Mateus junta “ditos” e ensinamentos provavelmente proferidos por Jesus em várias ocasiões e contextos. É provável que o autor do primeiro Evangelho visse nesses cinco discursos uma nova Lei, destinada a substituir a antiga Lei dada ao Povo por meio de Moisés e escrita nos cinco livros do Pentateuco.
O primeiro discurso de Jesus – do qual o Evangelho que nos é hoje proposto é a primeira parte – é conhecido como o “sermão da montanha” (cf. Mt 5-7). Agrupa um conjunto de palavras de Jesus, que Mateus coleccionou com a evidente intenção de proporcionar à sua comunidade uma série de ensinamentos básicos para a vida cristã. O evangelista procurava, assim, oferecer à comunidade cristã um novo código ético, uma nova Lei, que superasse a antiga Lei que guiava o Povo de Deus.
Mateus situa esta intervenção de Jesus no cimo de um monte. A indicação geográfica não é inocente: transporta-nos à montanha da Lei (Sinai), onde Deus Se revelou e deu ao seu Povo a antiga Lei. Agora é Jesus, que, numa montanha, oferece ao novo Povo de Deus a nova Lei que deve guiar todos os que estão interessados em aderir ao “Reino”.
As “bem-aventuranças” que, neste primeiro discurso, Mateus coloca na boca de Jesus, são consideravelmente diferentes das “bem-aventuranças” propostas por Lucas (cf. Lc 6,20-26). Mateus tem nove “bem-aventuranças”, enquanto que Lucas só apresenta quatro; além disso, Lucas prossegue com quatro “maldições”, que estão ausentes do texto mateano; outras notas características da versão de Mateus são a espiritualização (os “pobres” de Lucas são, para Mateus, os “pobres em espírito”) e a aplicação dos “ditos” originais de Jesus à vida da comunidade e ao comportamento dos cristãos. É muito provável que o texto de Lucas seja mais fiel à tradição original e que o texto de Mateus tenha sido mais trabalhado.

MENSAGEM

As “bem-aventuranças” são fórmulas relativamente frequentes na tradição bíblica e judaica. Aparecem, quer nos anúncios proféticos de alegria futura (cf. Is 30,18; 32,20; Dn 12,12), quer nas acções de graças pela alegria presente (cf. Sl 32,1-2; 33,12; 84,5.6.13), quer nas exortações a uma vida sábia, reflectida e prudente (cf. Prov 3,13; 8,32.34; Sir 14,1-2.20; 25,8-9; Sl 1,1; 2,12; 34,9). Contudo, elas definem sempre uma alegria oferecida por Deus.
As “bem-aventuranças” evangélicas devem ser entendidas no contexto da pregação sobre o “Reino”. Jesus proclama “bem-aventurados” aqueles que estão numa situação de debilidade, de pobreza, porque Deus está a ponto de instaurar o “Reino” e a situação destes “pobres” vai mudar radicalmente; além disso, são “bem-aventurados” porque, na sua fragilidade, debilidade e dependência, estão de espírito aberto e coração disponível para acolher a proposta de salvação e libertação que Deus lhes oferece em Jesus (a proposta do “Reino”).
As quatro primeiras “bem-aventuranças” referidas por Mateus (vers. 3-6) estão relacionadas entre si. Dirigem-se aos “pobres” (as segunda, terceira e quarta “bem-aventuranças” são apenas desenvolvimentos da primeira, que proclama: “bem-aventurados os pobres em espírito”). Saúdam a felicidade daqueles que se entregam confiadamente nas mãos de Deus e procuram fazer sempre a sua vontade; daqueles que, de forma consciente, deixam de colocar a sua confiança e a sua esperança nos bens, no poder, no êxito, nos homens, para esperar e confiar em Deus; daqueles que aceitam renunciar ao egoísmo, que aceitam despojar-se de si próprios e estar disponíveis para Deus e para os outros.
Os “pobres em espírito” são aqueles que aceitam renunciar, livremente, aos bens, ao próprio orgulho e auto-suficiência, para se colocarem, incondicionalmente, nas mãos de Deus, para servirem os irmãos e partilharem tudo com eles.
Os “mansos” não são os fracos, os que suportam passivamente as injustiças, os que se conformam com as violências orquestradas pelos poderosos; mas são aqueles que recusam a violência, que são tolerantes e pacíficos, embora sejam, muitas vezes, vítimas dos abusos e prepotências dos injustos… A sua atitude pacífica e tolerante torná-los-á membros de pleno direito do “Reino”.
Os “que choram” são aqueles que vivem na aflição, na dor, no sofrimento provocados pela injustiça, pela miséria, pelo egoísmo; a chegada do “Reino” vai fazer com que a sua triste situação se mude em consolação e alegria…
A quarta bem-aventurança proclama felizes “os que têm fome e sede de justiça”. Provavelmente, a justiça deve entender-se, aqui, em sentido bíblico – isto é, no sentido da fidelidade total aos compromissos assumidos para com Deus e para com os irmãos. Jesus dá-lhes a esperança de verem essa sede de fidelidade saciada, no Reino que vai chegar.
O segundo grupo de “bem-aventuranças” (vers. 7-11) está mais orientado para definir o comportamento cristão. Enquanto que no primeiro grupo se constatam situações, neste segundo grupo propõem-se atitudes que os discípulos devem assumir.
Os “misericordiosos” são aqueles que têm um coração capaz de compadecer-se, de amar sem limites, que se deixam tocar pelos sofrimentos e alegrias dos outros homens e mulheres, que são capazes de ir ao encontro dos irmãos e estender-lhes a mão, mesmo quando eles falharam.
Os “puros de coração” são aqueles que têm um coração honesto e leal, que não pactua com a duplicidade e o engano.
Os “que constroem a paz” são aqueles que se recusam a aceitar que a violência e a lei do mais forte rejam as relações humanas; e são aqueles que procuram ser – às vezes com o risco da própria vida – instrumentos de reconciliação entre os homens.
Os “que são perseguidos por causa da justiça” são aqueles que lutam pela instauração do “Reino” e são desautorizados, humilhados, agredidos, marginalizados por parte daqueles que praticam a injustiça, que fomentam a opressão, que constroem a morte… Jesus garante-lhes: o mal não vos poderá vencer; e, no final do caminho, espera-vos o triunfo, a vida plena.
Na última “bem-aventurança” (vers. 11), o evangelista dirige-se, em jeito de exortação, aos membros da sua comunidade que têm a experiência de ser perseguidos por causa de Jesus e convida-os a resistir ao sofrimento e à adversidade. Esta última exortação é, na prática, uma aplicação concreta da oitava “bem-aventurança”.
No seu conjunto, as “bem-aventuranças” deixam uma mensagem de esperança e de alento para os pobres e débeis. Anunciam que Deus os ama e que está do lado deles; confirmam que a libertação está a chegar e que a sua situação vai mudar; asseguram que eles vivem já na dinâmica desse “Reino” onde vão encontrar a felicidade e a vida plena.

ACTUALIZAÇÃO

A reflexão e a partilha podem fazer-se à volta dos seguintes elementos:

• Jesus diz: “felizes os pobres em espírito”; o mundo diz: “felizes vós os que tendes dinheiro – muito dinheiro – e sabeis usá-lo para comprar influências, comodidade, poder, segurança, bem-estar, pois é o dinheiro que faz andar o mundo e nos torna mais poderosos, mais livres e mais felizes”. Quem é, realmente, feliz?

• Jesus diz: “felizes os mansos”; o mundo diz: “felizes vós os que respondeis na mesma moeda quando vos provocam, que respondeis à violência com uma violência ainda maior, pois só a linguagem da força é eficaz para lidar com a violência e a injustiça”. Quem tem razão?

• Jesus diz: “felizes os que choram”; o mundo diz: “felizes vós os que não tendes motivos para chorar, porque a vossa vida é sempre uma festa, porque vos moveis nas altas esferas da sociedade e tendes tudo para serdes felizes: casa com piscina, carro com telefone e ar condicionado, amigos poderosos, uma conta bancária interessante e um bom emprego arranjado pelo vosso amigo ministro”. Onde está a verdadeira felicidade?

• Jesus diz: “felizes os que têm ânsia de cumprir a vontade de Deus”; o mundo diz: “felizes vós os que não dependeis de preconceitos ultrapassados e não acreditais num deus que vos diz o que deveis e não deveis fazer, porque assim sois mais livres”. Onde está a verdadeira liberdade, que enche de felicidade o coração?

• Jesus diz: “felizes os que tratam os outros com misericórdia”; o mundo diz: “felizes vós quando desempenhais o vosso papel sem vos deixardes comover pela miséria e pelo sofrimento dos outros, pois quem se comove e tem misericórdia acabará por nunca ser eficaz neste mundo tão competitivo”. Qual é o verdadeiro fundamento de uma sociedade mais justa e mais fraterna?

• Jesus diz: “felizes os sinceros de coração”; o mundo diz: “felizes vós quando sabeis mentir e fingir para levar a água ao vosso moinho, pois a verdade e a sinceridade destroem muitas carreiras e esperanças de sucesso”. Onde está a verdade?

• Jesus diz: “felizes os que procuram construir a paz entre os homens”; o mundo diz: “felizes vós os que não tendes medo da guerra, da competição, que sois duros e insensíveis, que não tendes medo de lutar contra os outros e sois capazes de os vencer, pois só assim podereis ser homens e mulheres de sucesso”. O que é que torna o mundo melhor: a paz ou a guerra?

• Jesus diz: “felizes os que são perseguidos por cumprirem a vontade de Deus”; o mundo diz: “felizes vós os que já entendestes como é mais seguro e mais fácil fazer o jogo dos poderosos e estar sempre de acordo com eles, pois só assim podeis subir na vida e ter êxito na vossa carreira”. O que é que nos eleva à vida plena?

ALGUMAS REFLEXÕES À LUZ DO EVANGELHO
(adaptadas de “Signes d’aujourd’hui”)

REFLEXÃO 1:
CELEBRAR OS SANTOS NA RESSURREIÇÃO

As Bem-aventuranças revelam a realidade misteriosa da vida em Deus, iniciada no Baptismo. Aos olhos do mundo, o que os servidores de Deus sofrem, são efectivamente formas de morte: ser pobre, suportar as provas (os que choram) ou as privações (ter fome e sede) de justiça, ser perseguido, ser partidário da paz, da reconciliação e da misericórdia, num mundo de violência e de lucro, tudo isso aparece como não rentável, votado ao fracasso, consequentemente, à morte.
Mas que pensa Cristo? Ele, ao contrário, proclama felizes todos os seus amigos que o mundo despreza e considera como mortos, consola-os, alimenta-os, chama-os filhos de Deus, introdu-los no Reino e na Terra Prometida.
A Solenidade de Todos os Santos abre-nos assim o espírito e o coração às consequências da Ressurreição. O que se passou em Jesus realizou-se também nos seus bem amados, os nossos antepassados na fé, e diz-nos igualmente respeito: sob as folhas mortas, sob a pedra do túmulo, a vida continua, misteriosa, para se revelar no Grande Dia, quando chegar o fim dos tempos. Para Jesus, foi o terceiro dia; para os seus amigos, isso será mais tarde.

REFLEXÃO 2:
O EVANGELHO NO PRESENTE

Os membros de uma mesma família têm traços do rosto comuns…
As pessoas que partilham toda uma vida juntos acabam por se parecerem…
Esta festa anual de Todos os Santos reúne inúmeros rostos que trazem em si a imagem e a semelhança de Deus.

Um rosto de humanidade transfigurada. Enquanto vivos, os santos não se consideravam como tais, longe disso! Eles não esculpiam a sua efígie num fundo de auto-satisfação… Contrariamente àquilo que geralmente aparece nas imagens ditas piedosas e nas biografias embelezadas, eles não foram perfeitos, nem à primeira, nem totalmente, nem sobretudo sem esforço. Eles tinham fraquezas e defeitos contra os quais se bateram toda a vida. Alguns, como S. Agostinho, vieram de longe, transfigurados pelo amor de Deus que acolheram na sua existência. Quanto mais se aproximaram da luz de Deus, tanto mais viram e reconheceram as sombras da sua existência.
Peregrinos do quotidiano, a maior parte deles não realizaram feitos heróicos nem cumpriram prodígios. É certo que alguns têm à sua conta realizações espectaculares, no plano humanitário, no plano espiritual, ou ainda na história da Igreja. Mas muitos outros, a maioria, são os santos da simplicidade e do quotidiano! Canoniza-se muito pouco estas pessoas do quotidiano!

Um rosto com traços de Cristo.
Encontramos em cada um dos santos e das santas um mesmo perfil. Poderíamos mesmo desenhar o seu retrato-robô comum. Por muito frequentar Cristo, deixaram-se modelar pelos seus traços.
Como Jesus, os santos tiveram que viver muitas vezes em sentido contrário às ideias recebidas e aos comportamentos do seu tempo. Viver as Bem-aventuranças não é evidente: ser pobre de coração num mundo que glorifica o poder e o ter; ser doce num mundo duro e violento; ter o coração puro face à corrupção; fazer a paz quando outros declaram a guerra…
Os santos foram pessoas “em marcha” (segundo uma tradução hebraizante de “bem-aventurado”), isto é, pessoas activas, apaixonadas pelo Evangelho… Os santos foram homens e mulheres corajosos, capazes de reagir e de afirmar a todo o custo aquilo que os fazia viver. Eles mostram-nos o caminho da verdade e da liberdade.
Aqueles que frequentaram os santos – aqueles que os frequentam hoje – afirmam que, junto deles, sentimos que nos tornamos melhores. O seu exemplo ilumina. A sua alegria é o seu testemunho mais belo. A sua felicidade é contagiosa.

REFLEXÃO 3:
TER UM CORAÇÃO DE POBRE (Gérard Naslin)

Eram quatro casais amigos à volta da mesma mesa. Os copos estavam bem cheios e os pratos bem guarnecidos. No meio da refeição, a conversa centra-se nos acontecimentos da actualidade: Fala-se dos estrangeiros e imigrantes. O debate aquece e cada um proclama o slogan tantas vezes repetido, o cliché veiculado pelos media… Todos parecem em uníssono.
Entretanto, um dos convivas, que estava em silêncio há alguns minutos, abrindo a boca, disse: “Não estou de acordo convosco, e vou dizer-vos porquê. Para mim, todo o homem é uma história sagrada, eu acredito nisso, deixai-me dizê-lo”. Imaginai o tempo de silêncio que se seguiu, enquanto os olhares e os garfos mergulharam nos pratos.
Naquela noite, ao longo de uma refeição entre amigos, passou-se qualquer coisa que nos faz ver o que é o Reino de Deus: um homem só, ousava deixar a multidão para dizer: “Não estou de acordo!” em nome da sua fé no homem e, no caso preciso, em nome da sua fé em Deus.
Não foi o que se passou no cimo de uma montanha da Palestina, há 2000 anos, quando um homem, Jesus de Nazaré, tendo diante de si os seus discípulos que tinham deixado a multidão para o seguir, “abrindo a boca”, se pôs a instrui-los e lhes falou de felicidade, mas de modo nenhum como o mundo fala dela?!
São estes discípulos que ele declara “bem-aventurados”. São Lucas, no seu Evangelho, será ainda mais preciso, pois escreverá: “erguendo os olhos para os discípulos…” E que lhes disse Ele? “Bem-aventurados vós, os pobres de coração, porque vosso é o Reino de Deus!”.
Eis a força contestatária de Jesus. E as outras seis bem-aventuranças estão lá para ilustrar a primeira, a da pobreza do coração. Quanto à última, ela aparece como a conclusão: “Sim, se vós viveis dessa vida, esperai ser perseguidos, porque isso impedirá as pessoas de dormir; isso inquietá-las-á, e como as pessoas não gostam de ser inquietadas, vós sereis perseguidos”.
As bem-aventuranças, se as queremos tomar a sério e sobretudo vivê-las, colocam-nos em situação de contestação e fazem-nos assumir riscos. Sim, em certos momentos, fazem-nos dizer, e sobretudo viver, um “Não estou de acordo” em nome da nossa fé.
Porque é que Jesus declara “felizes” os seus discípulos? Porque eles são pobres de coração, porque eles estão libertos de tudo o que poderia entravar a sua liberdade. Com efeito, a alegria é o fruto da liberdade.
Mas de que pobreza fala Jesus? Fala da pobreza que permite crer, esperar e amar.

O pobre é aquele que “faz crédito” em Deus.
“Fazer crédito” ou dizer “credo”, é a mesma coisa. Quando se fala de noivos, fala-se de duas pessoas que confiam entre si, que se fiam uma na outra, que “fazem crédito”. A desconfiança torna a pessoa infeliz. Confiar é aceitar um certo abandono: aquele que grita em direcção a Deus no meio do seu sofrimento ou da sua confusão, é aquele que confia sempre em Deus.

O pobre é também aquele que espera.
O rico não pode esperar, está plenamente satisfeito. O pobre, esse, está sempre virado para um futuro que espera que seja melhor; e, depois, ele procura, porque pensa nunca ter totalmente encontrado. A sua vida é uma procura, e todos os sinais que ele encontra enchem-no de alegria e fazem-no avançar. O pobre é aquele que aceita ser criticado pela Palavra de Deus. Com efeito, pôr-se em questão só é possível para aquele que espera tornar-se melhor.

O pobre é aquele que ama.
Por não estar plenamente satisfeito consigo mesmo, o pobre está disponível para servir os seus irmãos. Não centrado em si próprio, abre os olhos e vê aqueles que esperam os seus gestos de amor; ouve os gritos dos seus irmãos e abre as suas mãos vazias para as estender àquele que tem necessidade. A sua pobreza fá-lo receber e, ao mesmo tempo, dar o pouco que tem.
Jesus conhecia o coração do homem, e soube reconhecer no coração dos seus discípulos esta aspiração a crer, a esperar e a amar; é a razão pela qual ele os escolheu e chamou.
As bem-aventuranças vão, em tantas situações, contra a corrente, porque um homem, um dia, ousou abrir a boca para dizer aos seus discípulos: “Sois do mundo, e ao mesmo tempo não sois do mundo… Vós não sois do mundo do cada um para si, do consumo, da violência, da vingança, do comprometimento… E face a este mundo deveis dizer: não estou de acordo! É certo que sereis perseguidos ou, pelo menos, rir-se-ão de vós, ou procurarão fazer-vos calar. Felizes sereis, porque fareis ver onde está a verdadeira felicidade. Chamar-vos-ão santos”.
Festejamos neste dia todos aqueles que tomam de tal modo a sério as bem-aventuranças que são hoje plenamente felizes.
Queremos experimentar ser já felizes? Basta-nos ter um coração de pobre.

REFLEXÃO 4:
A SANTIDADE DE MUITOS

Fruto da conversão realizada pelo Evangelho é a santidade de muitos homens e mulheres do nosso tempo; não só daqueles que foram proclamados oficialmente santos pela Igreja, mas também dos que, com simplicidade e no dia a dia da existência, deram testemunho da sua fidelidade a Cristo. Como não pensar aos inumeráveis filhos da Igreja que, ao longo da história do continente europeu, viveram uma santidade generosa e autêntica no mais recôndito da vida familiar, profissional e social? «Todos eles, como “pedras vivas” aderentes a Cristo “pedra angular”, construíram a Europa como edifício espiritual e moral, deixando aos vindouros a herança mais preciosa. O Senhor Jesus havia prometido: “Aquele que acredita em Mim fará também as obras que Eu faço; e fará obras maiores do que estas, porque Eu vou para o Pai” (Jo 14,12). Os santos são a prova viva da realização desta promessa, e ajudam a crer que isto é possível mesmo nos momentos mais difíceis da história». [nº 14 da Exortação Apostólica Ecclesia in Europa de João Paulo II]

REFLEXÃO 5:
ALGUMAS PALAVRAS DE BENTO XVI EM PORTUGAL SOBRE O DINAMISMO DA SANTIDADE

• O horizonte para que deve tender todo o caminho pastoral é a santidade. Não era isso também o objectivo último da indulgência jubilar, enquanto graça especial oferecida por Cristo para que a vida de cada baptizado pudesse purificar-se e renovar-se profundamente? […]
Na verdade, colocar a programação pastoral sob o signo da santidade é uma opção carregada de consequências. Significa exprimir a convicção de que, se o Baptismo é um verdadeiro ingresso na santidade de Deus através da inserção em Cristo e da habitação do seu Espírito, seria um contra-senso contentar-se com uma vida medíocre, pautada por uma ética minimalista e uma religiosidade superficial.
Perguntar a um catecúmeno: «Queres receber o Baptismo?» significa ao mesmo tempo pedir-lhe: «Queres fazer-te santo?» Significa colocar na sua estrada o radicalismo do Sermão da Montanha: «Sede perfeitos, como é perfeito vosso Pai celeste» (Mt 5,48).
[João Paulo II, Novo Millennio Ineunte 30-31]

• Decisivo é conseguir inculcar em todos os agentes evangelizadores um verdadeiro ardor de santidade, cientes de que o resultado provém sobretudo da união com Cristo e da acção do seu Espírito. […]
A Igreja tem necessidade sobretudo de grandes correntes, movimentos e testemunhos de santidade entre os fiéis, porque é da santidade que nasce toda a autêntica renovação da Igreja, todo o enriquecimento da fé e do seguimento cristão, uma reactualização vital e fecunda do cristianismo com as necessidades dos homens, uma renovada forma de presença no coração da existência humana e da cultura das nações.
[Bento XVI, Discurso aos Bispos em Fátima, 13 de Maio de 2010]

• “É nos Santos que a Igreja reconhece os seus traços característicos e, precisamente neles, saboreia a sua alegria mais profunda. Irmana-os, a todos, a vontade de encarnar na sua existência o Evangelho, sob o impulso do eterno animador do Povo de Deus que é o Espírito Santo. […]
É preciso voltar a anunciar com vigor e alegria o acontecimento da morte e ressurreição de Cristo, coração do cristianismo, fulcro e sustentáculo da nossa fé, alavanca poderosa das nossas certezas, vento impetuoso que varre qualquer medo e indecisão, qualquer dúvida e cálculo humano. A ressurreição de Cristo assegura-nos que nenhuma força adversa poderá jamais destruir a Igreja. Portanto a nossa fé tem fundamento, mas é preciso que esta fé se torne vida em cada um de nós. […]
Queridos Irmãos e jovens amigos, Cristo está sempre connosco e caminha sempre com a sua Igreja, acompanha-a e guarda-a, como Ele nos disse: «Eu estou sempre convosco, até ao fim dos tempos» (Mt 28, 20). Nunca duvideis da sua presença! Procurai sempre o Senhor Jesus, crescei na amizade com Ele, comungai-O. Aprendei a ouvir e a conhecer a sua palavra e também a reconhecê-Lo nos pobres. Vivei a vossa vida com alegria e entusiasmo, certos da sua presença e da sua amizade gratuita, generosa, fiel até à morte de cruz. Testemunhai a alegria desta sua presença forte e suave a todos, a começar pelos da vossa idade. Dizei-lhes que é belo ser amigo de Jesus e que vale a pena segui-Lo. Com o vosso entusiasmo, mostrai que, entre tantos modos de viver que hoje o mundo parece oferecer-nos – todos aparentemente do mesmo nível –, só seguindo Jesus é que se encontra o verdadeiro sentido da vida e, consequentemente, a alegria verdadeira e duradoura.
Buscai diariamente a protecção de Maria, a Mãe do Senhor e espelho de toda a santidade. Ela, a Toda Santa, ajudar-vos-á a ser fiéis discípulos do seu Filho Jesus Cristo.
[Bento XVI, Homilia em Lisboa, 11 de Maio de 2010]

• A relação com Deus é constitutiva do ser humano: foi criado e ordenado para Deus, procura a verdade na sua estrutura cognitiva, tende ao bem na esfera volitiva, é atraído pela beleza na dimensão estética. A consciência é cristã na medida em que se abre à plenitude da vida e da sabedoria, que temos em Jesus Cristo. A visita, que agora inicio sob o signo da esperança, pretende ser uma proposta de sabedoria e de missão. […] Viver na pluralidade de sistemas de valores e de quadros éticos exige uma viagem ao centro de si mesmo e ao cerne do cristianismo para reforçar a qualidade do testemunho até à santidade, inventar caminhos de missão até à radicalidade do martírio.
[Bento XVI, Discurso na chegada a Lisboa, 11 de Maio de 2010]

• “Sim! O Senhor, a nossa grande esperança, está connosco; no seu amor misericordioso, oferece um futuro ao seu povo: um futuro de comunhão consigo. […] A nossa esperança tem fundamento real, apoia-se num acontecimento que se coloca na história e ao mesmo tempo excede-a: é Jesus de Nazaré. […] Mas quem tem tempo para escutar a sua palavra e deixar-se fascinar pelo seu amor? Quem vela, na noite da dúvida e da incerteza, com o coração acordado em oração? Quem espera a aurora do dia novo, tendo acesa a chama da fé? A fé em Deus abre ao homem o horizonte de uma esperança certa que não desilude; indica um sólido fundamento sobre o qual apoiar, sem medo, a própria vida; pede o abandono, cheio de confiança, nas mãos do Amor que sustenta o mundo.
[Bento XVI, Homilia em Fátima, 13 de Maio de 2010]


quarta-feira, 9 de outubro de 2024

Liturgia da Palavra de Quarta-feira: 09 de setembro de 2024

Quarta-feira, 9 de Outubro de 2024
27ª Semana do Tempo Comum, Ano Par (II)
Leituras:
Gl 2,1-2.7-14
Sl 116(117),1.2 (R. Mc 16,15)
Lc 11,1-4
Cor Liturgica: Vermelho
PRIMEIRA LEITURA
Reconheceram a graça que me foi dada.
Leitura da Carta de São Paulo aos Gálatas 2,1-2.7-14
Irmãos,
1 quatorze anos mais tarde, subi, de novo, a Jerusalém, com Barnabé, levando também Tito comigo. 2 Fui lá, por causa de uma
revelação. Expus-lhes o evangelho que tenho pregado entre os pagãos, o que fiz em particular aos líderes da Igreja, para não acontecer estivesse eu correndo em vão ou tivesse corrido em vão. 7 Pelo contrário, viram que a evangelização dos pagãos 
foi confiada a mim, como a Pedro foi confiada a evangelização dos judeus. 8 De fato, aquele que preparou Pedro para o apostolado entre os judeus preparou-me também a mim para o apostolado entre os pagãos. 9 Reconhecendo a graça que me foi dada, Tiago, Cefas e João,  considerados as colunas da Igreja, deram-nos a mão, a mim e a Barnabé, como sinal de nossa comunhão recíproca. Assim ficou confirmado que nós iríamos aos pagãos e eles iriam aos judeus.
10 O que nos recomendaram foi somente que nos lembrássemos dos pobres. E isso procurei fazer sempre, com toda a solicitude.
11 Mas, quando Cefas chegou a Antioquia, opus-me a ele abertamente,  pois ele merecia censura. 12 Com efeito, antes que chegassem alguns da comunidade de Tiago, ele tomava refeição com os gentios. Mas, depois que eles chegaram, Cefas começou a esquivar-se e a afastar-se, por medo dos circuncidados. 13 E os demais judeus 
acompanharam-no nessa dissimulação, a ponto de até Barnabé se deixar arrastar pela hipocrisia deles. 14 Quando vi que não estavam procedendo direito, de acordo com a verdade do Evangelho, disse a Cefas, diante de todos: "Se tu, que és judeu,  vives como pagão e não como judeu, como podes obrigar os pagãos a viverem como judeus?" Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL
Sl 116(117),1.2 (R. Mc 16,15)
R. Ide, por todo o mundo, 
    e a todos pregai o Evangelho.
Ou: Aleluia, Aleluia, Aleluia
1 Cantai louvores ao Senhor, todas as gentes,* povos todos, festejai-o! R.
2 Pois comprovado é seu amor para conosco,* para sempre ele é fiel! R.
Aclamação ao Evangelho
Rm 8,15bc
R. Aleluia, Aleluia, Aleluia. V. Recebestes um espírito de adoção, no qual chamamos Aba! Pai!
EVANGELHO 
Senhor, ensina-nos a rezar.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 11,1-4
1 Um dia, Jesus estava rezando num certo lugar. Quando terminou,  um de seus discípulos pediu-lhe: "Senhor, ensina-nos a rezar, como também João ensinou a seus discípulos". 2 Jesus respondeu: "Quando rezardes, dizei: 'Pai, santificado seja o teu nome. Venha o teu Reino. 3 Dá-nos a cada dia o pão de que precisamos,.4.e perdoa-nos os nossos pecados, pois nós também perdoamos.a todos os nossos devedores; e não nos deixes cair em tentação' ". Palavra da Salvação.
MINHAS REFLEXÕES:
A Santa Liturgia desta quarta-feira, vemos como Paulo em Gálatas, segue a instruir a todos a fim de possam compreenderem a vontade de Deus. Ele fala de uma revelação que teve anunciando a Palavra de Deus, àquela Igreja particular, missão esta que lhe foi conferida e preparada assim.como fora a Pedro. Mas também o profeta que anuncia é àquele que também denuncia quando a conduta de um ou de outro for merecedor de censura no caso de Cefas.Exortou a muitos e até a Barnabé que judeu, tinha práticas de pagão. 
No Salmo "Ide, por todo o mundo, e a todos pregai o Evangelho." (Resp. Mc 16,15). É como que um envio mas hoje também uma exortação a 1a. leitura.
O Santo Evangelho Jesus esta com.os seus discípulos e estes ao retornarem para casa com Ele, os pede para que os ensine a rezar como João ensinou aos duscípulos seus:
A Oração do Pai Nosso, essa é a forma de poder se fortalecer, agradecer e exercer a função do discipulado par o Reino de Deus.
LSNSJC - STMJSF -NSPS - SJC - SJPII -

terça-feira, 8 de outubro de 2024

Liturgia da Palavra de Terça-feira 08 de setembro de 2024

Terça-feira, 8 de Outubro de 2024
27ª Semana do Tempo Comum, Ano Par (II)
Leituras:
Gl 1,13-24
Sl 138(139),1-3.13-14ab.14c-15 (R. 24b)
Lc 10,38-42
Cor Liturgica: Verde
PRIMEIRA LEITURA

Dignou-se revelar-me o seu Filho, para que eu o pregasse entre os pagãos.

Leitura da Carta de São Paulo aos Gálatas 1,13-24
Irmãos, 13 certamente ouvistes falar como foi outrora a minha conduta no judaísmo, com que excessos perseguia. e devastava a Igreja de Deus 14 e como progredia no judaísmo mais do que muitos judeus de minha idade, mostrando-me extremamente zeloso. das tradições paternas. 15 Quando, porém,  aquele que me separou desde o ventre materno e me chamou por sua graça
16 se dignou revelar-me o seu Filho, para que eu o pregasse entre os pagãos, não consultei carne nem sangue 17 nem subi, logo, a Jerusalém para estar com os que eram apóstolos antes de mim. Pelo contrário, parti para a Arábia e, depois, voltei ainda a
Damasco. 18 Três anos mais tarde, fui a Jerusalém para conhecer Cefas e fiquei com ele quinze dias. 19 E não estive com nenhum outro apóstolo, a não ser Tiago, o irmão do Senhor. 20 Escrevendo estas coisas, afirmo diante de Deus que não estou mentindo. 21
Depois, fui para as regiões da Síria e da Cilícia. 22 Ainda não era pessoalmente conhecido das igrejas da Judéia que estão em Cristo. 23 Apenas tinham ouvido dizer que "aquele que, antes, nos perseguia, está agora pregando a fé. que, antes, procurava destruir". 24 E glorificavam a Deus por minha causa. Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL
Sl 138(139),1-3.13-14ab.14c-15 (R. 24b)
R. Conduzi-me no caminho para a vida, ó Senhor!
1 Senhor, vós me sondais e conheceis, *
2 sabeis quando me sento ou me levanto; de longe penetrais meus pensamentos, † 3
percebeis quando me deito e quando eu ando, * os meus caminhos vos são todos conhecidos. R.
13 Fostes vós que me formastes as entranhas, * e no seio de minha mãe vós me tecestes. 14a Eu vos louvo e vos dou graças, ó Senhor, † porque de modo admirável me formastes! * b Que prodígio e maravilha as vossas obras!
R.
c Até o mais íntimo, Senhor me conheceis; *
15 nenhuma sequer de minhas fibras ignoráveis; quando eu era modelado
ocultamente, * era formado nas entranhas subterrâneas. R.
Aclamação ao Evangelho
Lc 11,28
R. Aleluia, Aleluia, Aleluia. V. Feliz quem ouve e observa a palavra de Deus!
EVANGELHO

Marta recebeu-o em sua casa. Maria escolheu a melhor parte.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 10,38-42
Naquele tempo,
38 Jesus entrou num povoado, e certa mulher, de nome Marta,  recebeu-o em sua casa. 39 Sua irmã, chamada Maria, 
sentou-se aos pés do Senhor, e escutava a sua palavra. 40 Marta, porém, estava ocupada com muitos afazeres. Ela aproximou-se e disse: "Senhor, não te importas que minha irmã me deixe sozinha, com todo o serviço? Manda que ela me venha ajudar!" 41
O Senhor, porém, lhe respondeu: "Marta, Marta! Tu te preocupas e andas agitada por muitas coisas. 42 Porém, uma só coisa é necessária. Maria escolheu a melhor parte e esta não lhe será tirada". Palavra da Salvação.
MINHAS REFLEXÕES:
À Comunidade de Gálatas hoje é contemplada com grande ensinamento dr Paulo Apóstolo do Senhor. Mesmo tendo saído da conduta e moral perseguidora do judaísmi, o Apóstolo agora passado pelo pricesso de conversão e adesãi ao Senhor no cristianismo, agora pela fé prega a verdade de Jesus e procura destruir a própria perseguição. 
Conduzi-me no caminho para a vida, ó Senhor! (Sl. 138,24b)
No Santo Evangelho o exemplo de zêlo pela acolhida de Marta a Jesus Cristo e também.o exemplo de serviço para que tudo esteja preparado para a estadia de Jesus na casa de Marta e de Maria.
Sempre Jesus nos proporciona uma escolha da bia parte em ambos propósitos que oodemos estar inseridos na bueca do Reino de Deus.
LSNSJC - STMJSF - NSPS - SJC - SJPII
Paróquia São João Paulo II

domingo, 6 de outubro de 2024

Liturgia da Palavra de Domingo: 06 de Outubro de 2024

Domingo, 6 de Outubro de 2024
27º Domingo do Tempo Comum, Ano B
Leituras:
Gn 2,18-24
Sl 127(128),1-2.3.4-5.6 (R. cf. 5)
Hb 2,9-11 ou mais breve 10,2-12
Mc 10,2-16
Cor Liturgica: Verde
PRIMEIRA LEITURA
E eles serão uma só carne.
Leitura do Livro do Gênesis 2,18-24

18 O Senhor Deus disse: "Não é bom que o homem esteja só. Vou dar-lhe uma auxiliar semelhante a ele". 19 Então o Senhor Deus formou da terra todos os animais selvagens e todas as aves do céu, e trouxe-os a Adão para ver como os chamaria; todo o ser vivo teria o nome que Adão lhe desse. 20 E Adão deu nome a todos os animais domésticos, a todas as aves do céu e a todos os animais selvagens; mas Adão não encontrou uma auxiliar semelhante a ele. 21 Então o Senhor Deus fez cair um sono profundo sobre Adão. Quando este adormeceu, tirou-lhe uma das costelas e fechou o lugar com carne. 22
Depois, da costela tirada de Adão, o Senhor Deus formou a mulher e conduziu-a a Adão.
23 E Adão exclamou: "Desta vez, sim, é osso dos meus ossos e carne da minha carne! Ela será chamada 'mulher' porque foi tirada do homem". 24 Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher, e eles serão uma só carne. Palavra do Senhor.
Salmo responsorial  Sl 127(128),1-2.3.4-5.6 (R. cf. 5) R. O Senhor te abençoe de Sião, cada dia de tua vida.
1 Feliz és tu se temes o Senhor * e trilhas seus caminhos! 2 Do trabalho de tuas mãos hás de viver, * serás feliz, tudo irá bem!
R.
3 A tua esposa é uma videira bem fecunda * no coração da tua casa; os teus filhos são rebentos de oliveira * ao redor de tua mesa. R.
4 Será assim abençoado todo homem * que teme o Senhor. 5 O Senhor te abençoe de Sião, * cada dia de tua vida, R.
para que vejas prosperar Jerusalém, * 6 e os filhos dos teus filhos. Ó Senhor, que venha a paz a Israel, * que venha a paz ao vosso povo! R.
SEGUNDA LEITURA
Tanto o Santificador, quanto os santificados descendem do mesmo ancestral.
Leitura da Carta aos Hebreus 2,9-11
Irmãos: 9 Jesus, a quem Deus fez pouco menor do que os anjos, nós o vemos coroado de glória e honra, por ter sofrido a morte. Sim, pela graça de Deus em favor de todos, ele provou a morte. 10 Convinha de fato que aquele, por quem e para quem todas as coisas existem, e que desejou conduzir muitos filhos à glória, levasse o iniciador da salvação deles à consumação, por meio de sofrimentos. 11 Pois tanto Jesus, o Santificador, quanto os santificados, são descendentes do mesmo ancestral; por esta razão, ele não se envergonha de os chamar irmãos. Palavra do Senhor.
Aclamação ao Evangelho  1Jo 4,12
R. Aleluia, Aleluia, Aleluia. V. Se amarmos uns aos outros, Deus em nós há de estar;     e o seu amor em nós se aperfeiçoará.
EVANGELHO (mais longo) 
O que Deus uniu, o homem não separe!
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 10,2-16
Naquele tempo, 2 Alguns fariseus se aproximaram de Jesus. Para pô-lo à prova, perguntaram. se era permitido ao homem divorciar-se de sua mulher. 3 Jesus perguntou: "O que Moisés vos ordenou?" 4 Os fariseus responderam: "Moisés permitiu
escrever uma certidão de divórcio e despedi-la". 5 Jesus então disse: "Foi por causa da dureza do vosso coração que Moisés vos escreveu este mandamento. 6 No entanto, desde o começo da criação, Deus os fez homem e mulher. 7 Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e os dois serão uma só carne. 8 Assim, já não são dois, mas uma só carne. 9 Portanto, o que Deus uniu, o homem não separe!" 10 Em casa, os discípulos fizeram, novamente, perguntas sobre o mesmo assunto. 11 Jesus respondeu: "Quem se divorciar de sua mulher e casar com outra, cometerá adultério contra a primeira. 12 E se a mulher se divorciar de seu marido e casar com outro, cometerá adultério". 13 Depois disso, traziam crianças para que Jesus as tocasse. Mas os discípulos as repreendiam. 14 Vendo isso, Jesus se aborreceu e disse: "Deixai vir a mim as crianças. Não as proibais, porque o Reino de Deus é dos que são como elas. 15
Em verdade vos digo: quem não receber o Reino de Deus como uma criança, não entrará nele". 16 Ele abraçava as crianças e as abençoava, impondo-lhes as mãos. Palavra da Salvação.
MINHAS REFLEXÕES:
A santa liturgia neste 26o. Domingo Tempo Comum, traz toda a realidade e narração do propósito de Deus na criação. Na primeira leitura no Livro de Genesis, Deus entendeu que não é bom para que o homem esteja só, dá um sono produndo à Adão e tira de seu lado da costela um novo ser, isto é, a mulher e a entrega a Adão dizendo ser ela sua companheira, pois tornou-se carne de sua carne. Proíbe ao homem que este dê carta de divórcio a sua compamheira. Pois não sejas a dureza do coração do homem que separe àquilo que Deus o uniu.
O Senhor te abençoe de Sião, cada dia de tua vida. (Sl 127,5).
Na segunda leitura Deus ceia Jesus pouco abaixo dos anjos, para que Ele o santificador santifique os seus santificados para existência de sua glória.
Por fim o Santo Evangelho, Jesus fala da lei do adultério aos fariseus e doutotes. Não é permitido a expedição de carta de divórcio para a sua mulher, no tempo de Moisés isso acontecerá pela dureza dos corações. Ambos maridos ao se casarem e se divorciarem casando com outro comete adultério salvo em caso específicos analisados pelo Tribunal Eclesiástico. Por fim Jesus toma uma.criança em suas mãos e diz que todo àquele que se faz pequeno e puro como anuma criancinha este está digno de entrar no reino de Deus.
LSNSJC -STMJSF -SFA- NSC - JC- SJPII




sábado, 5 de outubro de 2024

Liturgia Diária de Sábado 05 de Setembro de 2024

Sábado, 5 de Outubro de 2024
26ª Semana do Tempo Comum, Ano Par (II)
Leituras:
Jó 42,1-3.5-6.12-16
Sl 18(119),66.71.75.91.125.130 (R. 135a)
Lc 10,17-24
Cor Liturgica: Branco
PRIMEIRA LEITURA

Leitura do Livro de Jó 42,1-3.5-6.12-16 (hebr. 1-3.5-6.12-17)

1 Jó respondeu ao Senhor, dizendo: 2 "Reconheço que podes tudo e que para ti nenhum pensamento é oculto. 3 - Quem é esse que ofusca a Providência, sem nada entender?  Falei, pois, de coisas que não entendia, de maravilhas que ultrapassam a minha compreensão. 5 Conhecia o Senhor apenas por ouvir falar, mas, agora, eu o vejo com meus olhos. 6 Por isso me retrato e faço penitência no pó e na cinza".12 O Senhor abençoou a Jó no fim de sua vida mais do que no princípio; ele possuía agora catorze mil ovelhas, seis mil camelos,  mil juntas de bois e mil jumentas. 13 Teve outros sete filhos e três filhas: 1 a primeira chamava-se "Rola", a segunda "Cássia", e a terceira "Azeviche". 15 Não havia em toda a terra mulheres mais belas que as filhas de Jó. Seu pai lhes destinou uma parte da herança, entre os seus irmãos. 16 Depois destes acontecimentos, Jó viveu cento e quarenta anos, e viu seus filhos e os filhos de seus filhos até a quarta geração. E Jó morreu velho e repleto de anos. Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL
Sl 118(119),66.71.75.91.125.130 (R. 135a)
R. Fazei brilhar vosso semblante ao vosso servo e ensinai-me vossas leismandamentos.
66 Dai-me bom senso, retidão, sabedoria, * pois tenho fé nos vossos santos mandamentos! R. 71 Para mim foi muito bom ser humilhado, * porque assim eu aprendi vossa vontade! R. 75 Sei que os vossos julgamentos são corretos, * e com justiça me provastes, ó Senhor! R. 91 Porque mandastes, tudo existe até agora; * todas as coisas, ó Senhor, vos obedecem! R. 125 Sou vosso servo: concedei-me inteligência, * para que eu possa compreender vossa Aliança! R.
130 Vossa palavra, ao revelar-se, me ilumina, * ela dá sabedoria aos pequeninos. R.
Aclamação ao Evangelho
cf. Mt 11,25
R. Aleluia, Aleluia, Aleluia. V. Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, pois revelaste os mistérios do teu Reino aos pequeninos, escondendo-os aos doutores!
EVANGELHO 
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 10,17-24
Naquele tempo, 17 os setenta e dois voltaram muito contentes,  dizendo: "Senhor, até os demônios nos obedeceram por causa do teu nome". 18 Jesus respondeu: "Eu vi Satanás cair do céu, como um relâmpago.
19 Eu vos dei o poder de pisar em cima de cobras e escorpiões e sobre toda a força do inimigo. E nada vos poderá fazer mal. 20 Contudo, não vos alegreis porque os espíritos vos obedecem. Antes, ficai alegres porque vossos nomes estão escritos no céu".
21 Naquele momento,  Jesus exultou no Espírito Santo e disse: "Eu te louvo, Pai, 
Senhor do céu e da terra, porque escondeste essas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado. 22 Tudo me foi entregue pelo meu Pai. Ninguém conhece quem é o Filho,  a não ser o Pai; e ninguém conhece quem é o Pai,  a não ser o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar". 23
Jesus voltou-se para os discípulos e disse-lhes em particular: "Felizes os olhos que veem o que vós vedes! 24 Pois eu vos digo. que muitos profetas e reis quiseram ver o que estais vendo, e não puderam ver; quiseram ouvir o que estais ouvindo, e não puderam ouvir". Palavra da Salvação.
MINHAS REFLEXÕES:
Caminhos dentro da 26a. Semana do tempo comum, e nestes dias peecebemos quão maravilhosa esta sendo a obediencia da vida de Jó. Que hoje mesmo diante ao que tudo lhe foi tirado mesmo assim ele jamais blasfemou e ao contrário contemplou as maravilhas de Deus em sua vida. Jó comprendeu a Peovidência de Deus, soube nele esperar por isso no fim se sua vida, fora comtemplado por Deus com todas as posses em dobro de que possuía no primeiro momento de sua vida.
Assim canta o salmista: "-Fazei brilhar vosso semblante ao vosso servo e ensinai-me vossas leis e mandamentos."(Sl 118, 135a).
No Santo Evangelho, Jesus vem como.que confirmar a vitória daqueles que como Jó souberam ter esperança e confiança em Deus. Após o retorno contente dos 72 discípulos que foram em.nome de Jesus em.missão, o Próprio Jesus Cristo viu satanás cair do céu com seus anjos. Jesus é quem dá o poder para que cada um de nós em seu nome possamos fazer curar as enfermidades e expulsar a todo tipo de espírito impuro que venha nos atormentar. Depois louva ao Pai ctiador de todas.as coisas vísiveis e invisíveis porque as soube providenciar e revelar aos pequeninos escondendo dos sabios e entendidos. Por fim diz: "-Felizes os olhos que puderam ver!" (Lc 10, 23b).
LSNSJC -STMJSF - NSC - SJC- SJPII